Este post é tomado de luto e dedicado à memória do boleiro Frederico Sadowski, o Fred, que, infelizmente, nos deixou nesta semana de Natal. Seguem aqui alguns depoimentos de quem o conheceu dentro e fora dos gramados sintéticos do Planet Ball e descobriu que, além de um apaixonado por futebol, ele foi um grande cara.
Última foto com o pessoal: 12.12.2009"Logo nos primeiros meses do Amigos do Caroço, quando o grupo estava em formação, o Marcelo nos apresentou o Fred. Nos primeiros jogos, ele demonstrou sua principal característica nos gramados: a determinação. Só que sua predileção por carrinhos não agradou os boleiros, que o julgaram como um cara violento. Pedi a ele: 'evita fazer falta'. 'Mas eu não faço falta', respondeu. Pensei que seria melhor ele ficar ausente por algum tempo.
No entanto, mais uma vez o Fred surpreendeu, manifestando interesse em continuar jogando com o grupo. E quando ele aparecia, era uma atração à parte: sempre divertido, competitivo, determinado e, principalmente, parceiro. Todos queriam o Fred no mesmo time; nunca como adversário. Era uma soma de Dinho e Guiñazu, mas sem a cara amarrada.
Outra coisa: era comum receber msgs do Fred no celular minutos após o final de um Gre-Nal de vitória gremista ou de um insucesso Colorado. Motivo para muitas discussões, que sempre acabavam na boa.
Na semana passada, quando o Amigos do Caroço completou 8 anos, convidei o Fred para o jogo festivo. Ele demorou a responder, mas confirmou presença. Um dia antes, quando a chuva ameaçava a partida, o Fred mandou um e-mail reafirmando que não faltaria. 'Não sou de açúcar', escreveu. Era o Fred determinado, mais uma vez.
E na quinta-feira passada, dia do nosso último jogo de 2009, mais uma vez ele foi convidado a participar. Lamentou que tinha compromissos com colegas de trabalho, mas não deixou de passar antes para tomar uma cerveja e, por pouco, não acabou jogando.
Pensando melhor, realmente o Fred não fazia falta. Infelizmente, a partir de agora, ele vai fazer muito mais falta para todos nós."
Lula
"Muitos podem pensar que amizade e parceria se mede com o tempo. Pois (não) é... conheci o Fred acho que em 2005, quando comecei a jogar com o grupo. Talvez tenha sentado com ele pra tomar uma ceva não mais do que duas vezes. Apesar deste pouco convívio eu tinha intimidade para brincar com ele, pedindo para jogar no time dele devido ao seu jeito "delicado" de atuar (essa mistura de Dinho com Guiñazu que o Elio fala). Quando ele chegava, eu dizia "lá vem a Patrola..." e ele me olhava e reclamava como se eu estivesse cometendo uma tremenda injustiça.
Mas foi falando sério que comecei a enxergar a intimidade que o convívio da bola nos proporciona. O dia que, na beira do campo, eu fui cumprimentá-lo pelo nascimento da Betina, ele me disse: "Lula, tu tens que ter um filho" e eu ainda pensei "e eu que nem mulher tenho :)". Entendi o recado. Olhando nos olhos dele dava pra ver a vontade de compartilhar a alegria que estava sentindo.
Aí está mais uma vez a intimidade e a parceria que a bolinha nos proporciona, mesmo que por poucos momentos. E o tempo ? Ahhh... o tempo devia ter vergonha de nos dar tão pouco tempo de conviver com esse cara".
Marcelo
Perdemos um baita cara. O Fred adorava futebol e amigos. Mas o negócio dele não era o jogo de 5 contra 5, que jogamos semanalmente no Planet Ball. Fred, assim como o Polenta, gostava de futebol 7 e até futebol de campo, daqueles de 11 contra onze, esquema tático, impedimento e soco na cara escondido do juiz. Ainda na última quinta-feira, quando ele passou ali para dar um 'oi' aintes da pelada, comentou: "esse joguinho de vocês é muito falhado... não tem emoção, é só correria". Contudo, esta era uma estratégia para esconder um outro sentimento. Ele ficou muito chateado quando o afastamos por jogo violento há alguns anos atrás. Desde então, qualificava nosso jogo com chacotas constantes, tudo na piada e brincadeira.
Perdemos um baita cara. Ele era muito engraçado e divertido. Entre tantos episódios na nossa companhia, lembro aquele da 'Batalha de Avalon", partida que jogamos contra um time de guris que fizeram 4 a 0 na gente nos dez primeiros minutos de jogo e que acabamos vencendo, não sem polêmica. Naquele jogo, Fred chutou a bola que estava colada às costas de um adversário caído e, de braços para cima dizia "foi na bola! foi na bola!". O nome da batalha é uma alusão ao nome do motel em frente à extinta quadra do Planet Ball (hoje há um posto de gasolina ali).
Perdemos um baita cara. Ele jogava bem, era de marcação firme e de palavra frouxa quando o assunto era pontualidade e presença confirmada em algum evento. Não foram poucas as vezes que ele deu o cachorro na gente - não só no futebol. Deve ter algo a ver com o número incrível de amigos que disputavam um tempinho com ele. Suspeito que ele não queria decepcionar ninguém e acabava aceitando até 7 convites na mesma noite, conseguindo comparecer apenas em 2 ou 3.
Perdemos um baita cara. O Fred me ligava com frequencia e sempre perguntava sobre o futebol, por mais que estivesse afastado. Mas no sábado do dia 12.12 ele estava lá, animado e cheio de piadas. Quem ficou até o fim aquele dia, viu que a gama de amizades dele transcendia nossas relações pequeno-burguesas...
Perdemos um baita cara. Acho que foi isso que fomos, amigos do futebol (como dizia a coroa de flores que o Elio e o Raimer organizaram), dizer uns aos outros ontem à tarde lá aos pés do parceiro. Ao todo, comentava-se que éramos cerca de 250 pessoas. Hoje, ainda um pouco abatido pela perda deste cara incrível, encontrei o Cristiano Muller (Caturrita) aqui no Centro. Ele teve que sair do velório antes do sepultamento e contou que, quando entrou no taxi, o motorista lhe perguntou quem era, afinal que havia falecido, pois movimentação como essa ele só via quando morria algum político ou artista.
Perdemos um baita cara.
Marcelo
Perdemos um baita cara. O Fred adorava futebol e amigos. Mas o negócio dele não era o jogo de 5 contra 5, que jogamos semanalmente no Planet Ball. Fred, assim como o Polenta, gostava de futebol 7 e até futebol de campo, daqueles de 11 contra onze, esquema tático, impedimento e soco na cara escondido do juiz. Ainda na última quinta-feira, quando ele passou ali para dar um 'oi' aintes da pelada, comentou: "esse joguinho de vocês é muito falhado... não tem emoção, é só correria". Contudo, esta era uma estratégia para esconder um outro sentimento. Ele ficou muito chateado quando o afastamos por jogo violento há alguns anos atrás. Desde então, qualificava nosso jogo com chacotas constantes, tudo na piada e brincadeira.
Perdemos um baita cara. Ele era muito engraçado e divertido. Entre tantos episódios na nossa companhia, lembro aquele da 'Batalha de Avalon", partida que jogamos contra um time de guris que fizeram 4 a 0 na gente nos dez primeiros minutos de jogo e que acabamos vencendo, não sem polêmica. Naquele jogo, Fred chutou a bola que estava colada às costas de um adversário caído e, de braços para cima dizia "foi na bola! foi na bola!". O nome da batalha é uma alusão ao nome do motel em frente à extinta quadra do Planet Ball (hoje há um posto de gasolina ali).
Perdemos um baita cara. Ele jogava bem, era de marcação firme e de palavra frouxa quando o assunto era pontualidade e presença confirmada em algum evento. Não foram poucas as vezes que ele deu o cachorro na gente - não só no futebol. Deve ter algo a ver com o número incrível de amigos que disputavam um tempinho com ele. Suspeito que ele não queria decepcionar ninguém e acabava aceitando até 7 convites na mesma noite, conseguindo comparecer apenas em 2 ou 3.
Perdemos um baita cara. O Fred me ligava com frequencia e sempre perguntava sobre o futebol, por mais que estivesse afastado. Mas no sábado do dia 12.12 ele estava lá, animado e cheio de piadas. Quem ficou até o fim aquele dia, viu que a gama de amizades dele transcendia nossas relações pequeno-burguesas...
Perdemos um baita cara. Acho que foi isso que fomos, amigos do futebol (como dizia a coroa de flores que o Elio e o Raimer organizaram), dizer uns aos outros ontem à tarde lá aos pés do parceiro. Ao todo, comentava-se que éramos cerca de 250 pessoas. Hoje, ainda um pouco abatido pela perda deste cara incrível, encontrei o Cristiano Muller (Caturrita) aqui no Centro. Ele teve que sair do velório antes do sepultamento e contou que, quando entrou no taxi, o motorista lhe perguntou quem era, afinal que havia falecido, pois movimentação como essa ele só via quando morria algum político ou artista.
Perdemos um baita cara.
PC Zarpelon
"Meu contato com o Fred foi ocasional ao longo de alguns anos, sempre relacionado ao grupo de futebol.
Coincidentemente, estive com ele 2 vezes nos últimos 10 dias.
Minha imagem dele nesses dois encontros, representa bem o clima agradável que o cercava.
No primeiro, num churrasco com a galera, lembro dele gesticulando com as duas mãos enquanto contava uma piada, arrancando risos de quem assistia...
No segundo, quando eu chegava ao futebol, estavam ele e o Marcelo sentados à mesa tomando uma cerveja antes do jogo, discutindo qual clube era maior, o Grêmio ou o Inter...
Essas são as imagens que vou reviver em minha memória cada vez que lembrar dele...
Aos familiares, meus sentimentos".
Espártaco Dutra (Paco)
"Por vias indiretas tive o prazer de conviver com Fred, nem tanto pelo futebol, cujas partidas em comum não foram muitas porque provavelmente tenha chegado após os episódios já citados de virilidade futebolística extrema, mas mais pelos encontros na estrada da vida e por encontrar uma pessoa agradável de conversar, alegre, emotiva e que sabia ouvir, coisas que pela simplicidade ponteiam uma vida inteira.
A última imagem foi a mesa vazia no futebol da última quinta em que momentos antes estava ele lá sentado, rindo, talvez com a certeza de estar entre amigos".
Sorriso
"O que posso contar de uma pessoa apaixonada pela vida, que corria atrás de tudo, não se deixava abalar. Nos dias de jogo, quando confirmava, era a atração esperada e ainda será. Sempre com uma história daquelas de nos fazer dar gargalhadas com seu jeito de contar coisas extremamente inusitadas e que normalmente aconteciam com ele.
É amigo, neste dia as nossas casas cairam e ficamos sem chão, tentando achar uma explicação e ao mesmo tempo não acreditando no acontecido. Nosso amigo se foi e com ele foram tantos "Russos", "Bêbados", contadores de histórias e de contos.
A saudade será muito grande e o nosso futebol ficará sem um zagueiro. Abraços fortes".
Carlos Bock
"Minha percepção do Fred era de uma pessoa alegre, amiga e companheira. No futebol tinha qualidade e jogava sempre com intensidade. Gostava de jogar com ele, e jogar contra era um desafio difícil, por sua força e capacidade de marcação. Tínhamos uma paixão comum pelo mesmo time, o Grêmio. Mas o Fred sempre foi mais explícito na expressão da sua paixão. Esse era o seu jeito. Parte disso eram as flautas que gostava de aplicar, quando podia, e que também sofria, em resposta.
Tenho lembrança de dois relatos dele por conta da sua paixão pelo tricolor. A primeira narrativa foi muito hilária, pois ele descreveu com detalhes a sua luta para preservar o seu celular de um meliante que tentou roubar-lhe em meio à confusão da avalanche da geral, no Olímpico.
A segunda narrativa descreveu a emoção de quem viveu e acompanhou a Batalha dos Aflitos, no final de 2006. Depois da extrema angústia, como uma história que nunca mais se repetirá, veio a redenção, a alegria e a comemoração inesquecível. Infelizmente não senti esta emoção, pois não acompanhei o jogo, por motivo de viagem. Assim, busquei na descrição dos amigos as palavras e as imagens que, além dos fatos, carregam a emoção do momento. Esta história ilustra bem a lembrança que fica do Fred, a sua emoção e sua paixão pela vida".
Gérson (Sandoval)
"Ontem mesmo, sem querer, comecei a tocar 'Here comes the Sun' no violão, e lembrei que a maneira mais legal de tocar essa música foi com o Fred. Baita cara, tocava muito. Uma hora dessas apareço para jogar de novo aí galera. Pena que não teremos a companhia dele."
Fred em ação, marcando um gol no jogo de 21/01/09
2 comentários:
Fred... grande parceiro... sempre disposto a ajudar, seja uma simples estudante de engenharia como eu, seja uma grande empresa da construçao civil... sempre com sua inteligencia, simpatia e competencia... este cara vai fazer muita falta. nao soh pra engenharia, como para todos os seus amigos. um abraço a todos da familia e a todos que gostavam tanto do Fred, assim como eu.
Afastado há alguns anos, jogando apenas esporadicamente (dez/2008 a penúltima atuação) me permito registar aqui o sentimento que tive ao jogar ontem. Surpresa e muita tristeza quando o Sorriso me deu já tardiamente a infeliz notícia. Coisas de quem anda afastado, todavia tive o prazer de conviver com o Fred desde o início dele no grupo. Assim como ele, também prefiro e muito o 7 e o campo (porra, esse 5 é cruel com o goleiro!)E lembro especialmente de um jogo de fut sete em q o Alemão (q entre tantas façanhas, numa delas quebrou meu dedo com um verdadeiro 'pataço') estava jogando muito, com seu espírito aguerrido e chutes fortes. Aí, após levarmos outro gol, cheguei no ouvido do Fred e disse: "negão, tu resolve daí q eu reclamo com os caras aqui". Pensei obviamnte que o meu amigo iria abrir a famosa artilharia. E o famoso Fred, conhecido pela sua, digamos assim, disposição, acabou com o jogo na nossa meia. E a surpresa: somente na bola, não só arrumando o nosso meio, como chegando na frente com maestria. Sem faltas! Viramos o placar e nem precisei xingar a minha zaga, composta pelo João e mais alguém q não me recordo. Com o Fred neste dia as coisas se ajeitaram. Depois ele começou a quase nunca mais jogar, nem eu hehehe, mas quando era 7 e os dois vinham, nos encontrávamos. Algumas vezes lembrávamos desta virada, outras tantas falávamos bobagens e outras ainda discutíamos a rivalidade gre-nal. Foi-se rareando o convívio, circunstâncias desta vida, mas tenho o Fred na mais alta conta. Nunca fomos assim próximos mas o pouco tempo era suficiente para se gostar. Algum dia jogaríamos novamente, beberíamos uma ceva. Algum dia jogaremos novamente,beberemos uma ceva...
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